terça-feira, 31 de maio de 2011

DRAMA - PARTE 10

O PRINCÍPE DAS MARÉS
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OS MUPPETS - O FILME
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UM NOVO DESPERTAR
COMENTÁRIO: É muito revigorante ler uma sinopse como a de The Beaver (não usarei mais o chumbrega título nacional). Homem afundado na depressão encontra uma marionete de castor no lixo e passa a se comunicar somente através dele. Uma novidade no meio da mesmice usual.
A diretora é Jodie Foster, que não dirige desde o ótimo Feriados em Família.
O protagonista é Mel Gibson, com a imagem manchada por escândalos envolvendo sua mulher e seu antissemitismo, o que me deixou com um pé atrás.
Porém, ele surpreende na construção da dualidade das personalidades, o que gera ótimos momentos (a cena do jantar de aniversário de casamento é a melhor).
O maior problema do filme é a falta de tempo para as coisas acontecerem. Depois que Mel encontra o castor, passam-se cinco minutos e todos ao seu redor já aceitaram a bizarra convenção de falar apenas com o boneco. E pouco depois ele já recuperou a esposa e é um sucesso nos negócios. Tudo vai rápido demais, prejudicando a “compra” dos acontecimentos por parte do espectador.
Ainda perde-se muito tempo com a trama do filho (Anton Yelchin, de Star Trek) que tenta fugir da imagem do pai. Apesar dos bons atores envolvidos, toma tempo demais, tornando os acontecimentos da trama principal ainda mais atropelados.
O final, quando a relação homem-castor chega ao extremo, me empolgou novamente, mas também é resolvido de forma muito abrupta.
Faltou à Jodie Foster um maior controle sobre o encadeamento do filme, nivelando melhor as cenas cômicas e dramáticas, neste filme que resulta apenas “bom”.
Vale pela originalidade. E como eu disse acima, isso já é um bom motivo pra ir ao cinema hoje em dia.

2 comentários:

  1. O filme parece dirigido por uma iniciante que ainda não conhece nem domina sua poética. Falta vigor e decisão: na construção do tom e suas variações, na interpretação do roteiro e na condução do protagonista. Jodie apenas tateia, às cegas, uma linguagem estranha e tragicômica que o filme aponta mas não executa, recaindo assim numa leitura do psicologismo familiar que nada tem de original.

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  2. Filme sem identidade: era pra ser um Spike Jonze, terminou como um drama televisivo.

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