quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DRAMA - PARTE 16

O CASAMENTO DO MEU MELHOR MELHOR+

IMPACTO PROFUNDO=

MELANCOLIACOMENTÁRIO:
Um filme-catástrofe do diretor do genial Dogville. Bastou esta informação para me deixar eriçado e ansioso. Afinal, falamos de Lars Von Trier, diretor deste e de outros projetos polêmicos e premiados como Festa de Família, Ondas do Destino, Dançando no Escuro e Anti-Cristo.
Sempre disposto à causar sensações de desconforto, aqui Von Trier conta a história de duas irmãs e sua relação durante a aproximação de um enorme planeta que vem em direção à Terra.
Na primeira parte, o casamento de Justine (Kirsten Dunst, de Homem-Aranha, no melhor papel de sua carreira). Na segunda, os dias que antecedem a catástrofe, agora com foco na irmã de Justine, Claire (Charlotte Geinsburg, de Anti-Cristo, magnífica).
A primeira parte é surpreendentemente engraçada e irônica, lembrando o humor ácido de O Grande Chefe, recheando o casamento de figuras bizarras e situações constrangedoras que beiram o cartunesco. Nesse meio, conhecemos o início da depressão de Justine e o perfeccionismo obsessivo de Claire.
Na segunda, Claire torna-se a protagonista, lidando com a profunda depressão da irmã, o paternalismo do marido cientista (Kiefer Sutherland, de Espelhos do Medo). É nesta parte que a melancolia aparece e realmente toma conta da cena.
Utilizando com grande intensidade a música de Wagner para Tristão e Isolda (de maneira que por pouco não torna-se repetitiva demais), Von Trier pontua o filme todo com imagens belíssimas que enchem os olhos. O prólogo e o epílogo são de arrepiar, inesquecíveis em intensidade, beleza e horror.
Curioso é notar que Von Trier deixa um pouco sua falada misoginia de lado, tratando suas heroínas como personagens que sofrem mais por si próprias, não infligindo-as crueldades vindas do “terrível mundo onde vivem”.
Todo o seu desespero e dor encontram no planeta Melancolia um certo alento, um alívio por encontrar uma conclusão que independe de suas próprias atitudes.
É, enfim, na aceitação de que sua situação de sofrimento é imutável que reside a redenção das personagens.
Melancolia é uma obra-prima.

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