quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FICÇÃO - PARTE 04

PROJETO SECRETO: MACACOS+

BATMAN BEGINS+

EPIDEMIA=

PLANETA DOS MACACOS - A ORIGEMCOMENTÁRIOS
:

Por Malcon Bauer.
Em primeiro lugar, já saiba que este filme ignora solenemente o mal-fadado Planeta dos Macacos de Tim Burton. Este filme se conecta com o original de 1968, estrelado por Charlton Heston. Aliás, esta foi uma sábia decisão da Fox, responsável pela franquia simiesca.
Na trama, um jovem cientista (James Franco, de 127 Horas) tenta encontrar uma cura para o Alzheimer e assim ajudar seu pai (John Lithgow, de Síndrome de Caim). Os testes, realizados em macacos, dão origem a César, um símio super-inteligente que começa a questionar seu lugar na sociedade. Isso acaba levando-o a organizar um levante de sua espécie.
O maior mérito do filme está no seu protagonista. César, criado a partir da captura de movimento de Andy Serkis (O Gollum de O Senhor dos Anéis) é simplesmente incrível. Suas expressões, olhares e movimentação são tão reais que demoram apenas dois minutos para você parar de pensar na qualidade dos efeitos especiais e se entregar de coração à história.
E que história bem contada. O roteiro não tem pressa em construir a personalidade de César, tornando-o mais inteligente a medida que seus questionamentos sobre seu lugar no mundo vão se tornando mais profundos. Até o momento em que, cansado de ser tratado como um mascote, ele decide tomar seu lugar de direito. Neste momento, o ritmo torna-se vertiginoso.
O elenco principal, que ainda conta com Freida Pinto (Quem Quer Ser Um Milionário?) está muito bem. Destaque especial para Lithgow, que emociona com muita facilidade.
E é na emoção que o filme nos captura. A jornada de César é tão cruel e verdadeira que torna-se impossível não torcer por ele, mesmo sabendo o que sua libertação significará para a raça humana. Um trunfo da narrativa e uma proeza técnica.
Não deixe de reparar nas divertidas citações ao filme original, além de algumas conexões cronológicas muito interessantes (atente aos jornais e noticiários).
Um blockbuster com cérebro... e alma.

Por Vicente Concílio.
O clímax de O Planeta dos Macacos original, de 1969, é a imagem de um Charlton Heston, atônito, diante de um pedaço da Estátua da Liberdade. Entendíamos ali que, na verdade, nosso planeta havia sido dominado por macacos poderosos e inteligentes que escravizavam a raça humana. Nós, diante da cena, ficávamos tão embasbacados quanto o ator que já interpretara Moisés. Passávamos pelo mesmo frêmito que um cidadão da Inglaterra vitoriana deve ter sentido ao ouvir de Darwin que os humanos eram resultado da evolução dos símios.
No Planeta dos Macacos - A Origem, já conhecemos o universo da franquia dos anos anos 70. Hoje, não temos mais medo da dominação por "macacos inferiores" (afinal, a Guerra Fria acabou e ninguém mais teme a possibilidade de virar escravo dos "animais comunistas"), mas ainda temos medo dos cientistas e daquilo que eles podem produzir em seus laboratórios, protegidos por grandes corporações sem escrúpulos, preocupadas apenas com o lucro e capazes de exepriências desmedidas sobre as quais eles acabam não tendo controle.
Nesse sentido, o medo explorado por esse filme é o mesmo medo que nos assustou quando apareceu a gripe suína, ou quando uma bactéria europeia matou mais de 30 pessoas. Mas o filme vai além: com macacos digitais produzidos perfeitamente e capazes de expressar sentimentos humanos (com destaque para o chimpanzé César), não conseguimos deixar de associar, ao medo dos ataques violentos realizados por eles, uma piedade profunda pela macacada.
Vítimas e algozes, eles nos fascinam e certamente aparentam ter fôlego para mais algumas continuações. Macacos me mordam!

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