sexta-feira, 26 de agosto de 2011

COMÉDIA - PARTE 28

SIMPLESMENTE AMOR+

MINHA BELA DAMA+

ALFIE - O SEDUTOR+

A MENTIRA=

AMOR A TODA PROVACOMENTÁRIOS:


Por Malcon Bauer:

Definitivamente não sou um grande fã de comédias românticas. Acho que a maioria delas descarta totalmente o humor no terço final, quando o casal briga e tudo vira um drama. Isso porque, na maioria destes filmes, os personagens engraçados são coadjuvantes, nunca os protagonistas, que são sempre “os românticos”.
Mas, uma vez ou outra, surgem filmes que me provam que sim, boas comédias românticas podem existir. E Amor A Toda Prova, dirigido pelos mesmos realizadores de O Vigarista do Ano, é um deles.
Na trama, o casal formado por Steve Carrel (Uma Noite Fora de Série) e Julianne Moore (As Horas) se separa (na verdadem ela lhe dá um pé na bunda). Ela cai nos braços do chefe (Kevin Bacon, de X-Men: Primeira Classe). Ele cai na fossa, até ser resgatado pelo galã vivido por Ryan Gosling (de Namorados Para Sempre), que tentará torná-lo um novo conquistador. Enquanto isso, o filho do casal (Jonah Bobo, de Zathura) está apaixonado pela babá da família (Analeigh Tipton, de Besouro Verde). Ela está apaixonada pelo patrão Carrel. E ainda temos uma jovem advogada (Emma Stone, de A Mentira) que tenta se livrar do namorado idiota.
Adoro filmes com grandes elencos. Panoramas de histórias de amor podem render ótimos filmes como Simplesmente Amor e outros tediosos como Idas e Vindas do Amor. Aliás, quanto amor nestes títulos, não é?
Mas Amor A Toda Prova escapa da fórmula comum de gênero e apresenta novidades muito interessantes.
Primeiramente, o roteiro. O texto é inteligente, bem amarrado, cheio de piadas imprevisíveis e que ganham ainda mais saindo da boca de gente como Julianne Moore. A conexão entre todos os personagens da história acontece de forma inesperada, mas muito orgânica, tornando as reviravoltas deliciosas.
Em seguida, o elenco. Quase todos os atores apresentam performances impecáveis. Carrel e sua cara de cachorro perdido são adoráveis, assim como a doce paixão do jovem Jonah Bobo pela engraçada e incomum Analeigh Tipton. Moore é de uma delicadeza quase palpável e Bacon usa sua canastrice para o bem. Mas é Gosling que domina o filme, principalmente nos momentos em que contracena com Stone. Uma química incrível que rende ótimos momentos.
O único equívoco é Marisa Tomei (Meu Primo Vinny), que atua num inexplicável módulo “comédia pastelão”, destoando completamente do tom natural que o elenco inteiro propõe.
Mas é uma pequena nota dissonante num filme que agrada em cheio ao falar de relacionamentos de maneira realista e até um pouco amarga (a solidão de Carrel é de partir o coração). Isso mesmo. O drama é presente em boa parte da projeção. E é esse drama, inserido de forma cotidiana, que torna os personagens muito mais humanos do que a maioria dos protagonistas plastificados do gênero. Mesmo que, ao final, tudo se acerte no melhor estilo “comédia romântica”.
E o mais importante: sem perder o humor em nenhum momento. Porque, afinal de contas, isso é uma comédia.

Por Vicente Concílio:
Eu amo comédias românticas. Apesar da maioria dos filmes que se enquadram nesse gênero não passar de um empilhamento de clichês soterrados por atuações burocráticas feitas pelo gostosão do momento em parceria com a mocinha descolada do ano.
Mas entre tantos filmes esquecíveis, todo ano surge uma obra que nos faz lembrar por que as comédias românticas ainda são capazes de abarcar temas interessantes e servirem de veículos para interpretações surpreendentes de atores que nos surpreendem nos roteiros mais previsíveis. Foi assim com Quatro Casamentos e Um Funeral, com O Casamento do meu Melhor Amigo, com A Proposta, com Um Lugar Chamado Notting Hill, com Sintonia de Amor e por aí vai...
Esse Amor A Toda Prova é um exemplo perfeito do gênero. Encontros e desencontros amorosos encadeiam-se perfeitamente em jornadas de descoberta do outro e de si mesmo na busca de sua cara-metade. É em um filme delicioso, estruturado por diálogos muito bem escritos, que nos são entregues por atores genias como Steve Carell, Julianne Moore, Marisa Tomei (que chega até a justificar o infame Oscar de atriz coadjuvante que recebeu por Meu Primo Vinny) e a estrela-em-ascensão Emma Stone. Mas quem brilha aqui é Ryan Gosling, como uma espécie de fada madrinha para um Steve Carell. Esbanjando bom-humor e nos fazendo acreditar que é um sedutor irresistível full-time, ele brilha o tempo todo em cena, comprovando o quanto suas escolhas como ator fazem de sua carreira uma das mais sólidas e surpreendentes no cinema hollywoodiano atual. E olha que brilhar, ao lado deste elenco, não é tarefa fácil.
Eu adorei o filme. Mas como eu disse, sei apreciar todos os defeitos e limites do gênero, toda a sua previsibilidade. Lembrem-se disse ao assistir ao filme. E se não gostar, por favor, me poupe dos seus comentários. Mais previsível que uma comédia romântica, só as críticas feitas por quem não gosta do gênero.

2 comentários:

  1. Isso é que dá mandar escrever o texto naquelas condições, às 2h da manhã: "servirem de veículos para interpretações surpreendentes de atores que nos surpreendem nos roteiros mais previsíveis". Quanto "surpreendente"!!!

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  2. "se não gosta, cala a boca"...ai não né?...me retiro em silêncio.

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