sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

DRAMA - PARTE 19

SEGREDOS DO PODER+

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE+

LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS=

TUDO PELO PODERCOMENTÁRIOS


Por Malcon Bauer
: George Clooney é um sujeito admirável. Carismático e engajado, usa o poder adquirido em Hollywood para realizar os filmes que quiser. Entre um e outro Onze Homens e Um Segredo, dirige filmes, na sua maioria, relevantes e instigantes (Boa Noite e Boa Sorte, Confissões de Uma Mente Perigosa. Esqueça o babaquinha O Amor Não tem Regras). E ele tem amigos o suficiente para rechear seus elencos de grandes atores à custos baixos.
O que nos leva à Tudo Pelo Poder.
Na trama, Stephen Meyers (Ryan Gosling, de Amor à Toda Prova) é o assessor de Mike Morris (o próprio Clooney), que tenta uma vaga na disputa presidencial. Inicialmente devotado ao candidato e a dua causa, Meyers logo se vê envolvido numa trama de interesses, corrupação e sabotagem. Perdida sua inocência, ele resolve usar o conhecimento que tem para se vingar e se dar bem.
O roteiro repleto de ótimos diálogos (sem tornar-se verborrágico) é afiado e delicioso. E ter estes diálogos nas bocas de gente como Paul Giamatti (Anti-Herói Americano) e Phillip Seymor Hoffman (Capote) só ajuda. Cada ator tem pelo menos um grande momento, uma cena impressionante.
O próprio Clooney reservou para si o papel relativamente pequeno do candidato Morris, perfeito para destilar seu carisma canastrão.
Gosling se destaca mais uma vez, e este ano foi ótimo para ele. Com Namorados para Sempre, Drive e Amor à Toda prova, ele caminha para se tornar um astro. E no bom sentido da palavra.
Crítico, tenso e sempre muito interessante, Tudo Pelo Poder confirma o talento de Clooney como diretor e me deixa ansioso por seu próximo trabalho.

Por Vicente Concílio: George Clooney mostra, mais uma vez, todo seu potencial como diretor ao explorar o fascinante jogo político pelos territórios de poder. Se em Boa Noite e Boa Sorte ele fez com que os bastidores de um programa televisivo servissem de metáfora ao risco crescente da censura nos Estados Unidos da "Era Bush Filho", nesse Tudo pelo Poder ele se supera ao lançar suas lentes para o mundo das prévias eleitorais americanas.
Aqui, ele constrói um drama que deve muito à estrutura de um thriller político tradicional, com suas reviravoltas e personagens ambíguos e inescrupulosos, iluminando a podridão que move o jogo das aparências que sustenta nosso modelo (estúpido) de democracia.
Assim, o que se vê na tela é um teatro do poder cujos agentes são interpretados por gente do calibre de Phillip Seymour Hoffman e Paul Giamatti, como os coordenadores das companhas concorrentes, e Marisa Tomei, como a jornalista em busca de furos para seu jornal. Evan Rachel Wood está lá, linda e cumprindo seu papel, em um filme cujo protagonista é Ryan Gosling, em trabalho sutil que exibe com qualidade insuspeita a potente transformação de seu personagem, inicialmente um homem comprometido com seus ideais políticos, e que ascende ao poder através do jogo sujo que aprendeu a controlar. O filme é de Ryan, mas vale mencionar que Clooney prova, novamente, que é um ótimo diretor de si mesmo. Consciente de suas limitações como ator e diante de um timaço de atores de primeira, ele se entrega ao papel de um político que, como tal, está sempre "interpretando" de forma a beirar o canastrão esbanjador de carisma. Coisa que Clooney realmente é. Como ator, Clooney comprova mais uma vez que é um diretor instigante.

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