terça-feira, 20 de março de 2012

COMÉDIA - PARTE 44

ANJOS E DEMÔNIOS
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A MÁFIA NO DIVÃ
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HABEMUS PAPAM
COMENTÁRIO:
Particularmente tenho muita curiosidade pelo que deve deve acontecer durante um conclave. Representantes religiosos do catolicismo se trancam e votam repetidas vezes até que um novo Papa seja eleito. Enquanto isso, um bilhão de fiéis ao redor do mundo aguarda o resultado.
Em Habemus Papam, o diretor Nanni Moretti (O Quarto do Filho) dá sua visão sobre o assunto.
Na trama, Melville (Michel Picolli, de Vou Para Casa) é eleito o novo Papa e, ao preparar-se para ser anunciado como tal, tem uma crise de pânico e foge. Enquanto o mundo aguarda por uma resposta, um psicanalista (o próprio Moretti) é chamado para ajudar. O problema aumenta quando o Papa desaparece e o conclave não pode ser dado como encerrado até que ele volte.
Moretti cria aqui uma comédia onde a fé é questionada em sua maior instância. Afinal, se o Papa é escolhido para ser "o homem mais perto de Deus" que existe, como ele pode apresentar dúvidas?
Melville sai pelo mundo tentando encontrar respostas para suas dúvidas existenciais e acaba enontrando no mundo do teatro algumas respostas.
Aliás, são belíssimos os momentos do filmes que utilizam-se de fragmentos de A Gaivota, de Tchékhov.
Enquanto isso, o psicanalista está preso com os religiosos do conclave e também tem com eles algumas interessantes discussões sobre a fé (a Bíblia, segundo ele, citaria a depressão).
O elenco está ótimo. Picolli é extremamente carismático Aliás, nunca vi tantos atores velhinhos num mesmo filme (e divertido-se tanto).
Discutindo a fé sem chatear ou ser didático, Habemus Papam é uma ótima comédia sobre um tema que desperta curiosidade em muita gente.
E convenhamos: é preciso muita coragem de um diretor para questionar a elegibilidade e a fé de um Papa em plena Itália. Palmas para você, Nanni Mortetti!

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