quinta-feira, 22 de março de 2012

DRAMA - PARTE 27

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SHAME
COMENTÁRIOS


Por Malcon Bauer: Shame é um daqueles filmes que deixa a gente perturbado.
Na trama, Brandon (Michael Fassbender, de X-Men: Primeira Classe) é um viciado em sexo que tenta, de maneira controlada, levar uma vida normal em Nova York. Obcecado pelo controle, ele vê sua vida virar de cabeça para baixo quando sua irmã Sissy (Carey Mulligan, de Drive) chega para visitá-lo. Intempestiva e carente, ela torna a vida de Brandon imprevisível, levando-o a momentos de puro descontrole.
Shame é um filme sobre as necessidades e egoísmos de cada um. Brandon e Sissy buscam maneiras de lidar com sua extrema solidão de maneiras invariavelmente destrutivas.
Ela busca a atenção dele. Ele precisa ignorá-la. E assim eles se anulam e vão se destruindo. E acompanhar este processo é de uma tristeza infinita.
O diretor Steve McQueen consegue performances fantásticas de seus protagonistas. Fassbender, num trabalho impressionante, é perturbadoramente frio, enquanto Mulligan (curiosidade: o diretor não a queria no papel) transita entre a alegria e a depressão.
McQueen utiliza de muitos planos sequências em sua produção. Em alguns momentos, como a cena do restaurante, o resultado é fantástico, com um verdadeiro show dos atores envolvidos. Em outros, nem tanto. A cena da canção de Sissy esvazia-se de toda a sua melancolia após seus quatro minutos (sem cortes) de duração. E em outros, soa puro virtuosismo (a corrida de Brandon pelas ruas de Nova York). Porém, o recurso consegue, na maioria das vezes, aprofundar nosso visão sobre as personagens e perceber todas as nuances de seus olhares e intenções. É uma coisa linda de se ver.
Shame é um filme ousado, seja nas alardeadas cenas de nudez ou na maneira como trata suas personagens e a construção das cenas.
É um filme onde importa apenas o agora , onde o imediatismo egoísta de nossas necessidades mais íntimas sobrepõe qualquer convenção social. É algo com o qual todos nós podemos nos identificar.

Por Vicente Concílio: Shame é daqueles raros encontros em que um ator em estado de entrega total se confronta com uma ótima premissa e um diretor realmente interessado em investigar o obscuro, o desagradável e a ausência de orgulho naquilo que um vício incontrolável pode provocar. Ou seja, aquilo que parece absolutamente necessário para a sobrevivência do protagonista é aquilo que absolutamente lhe suga a própria essência. Shame é um filme doente. Toda a histeria causada pela exibiçao da nudez frontal do protagonista se apaga diante da forma patológica com que o sexo é abordado nesse filme, em coerência total com a depressão e a tristeza que toma conta do personagem de Michael Fassbender.
Aliás, Michael, ao lado de Ryan Gosling, figuram entre os grandes injustiçados nas premiaçoes deste ano. Assim como Ryan está soberbo em Drive e Tudo pelo Poder, Fassbender está iluminado aqui, em Shame, e em Um Método Perigoso. Para constar, neste último filme, seu persoagem, o psiquiatra Carl Gustv Jung, diz uma frase perturbadora: "As vezes, é preciso fazer algo terrível para continuar a se sentir vivo". Este é o território de Shame, sem moralismos. É um filmaço. Corajoso como toda obra-prima deve ser.

2 comentários:

  1. se meteram Kid Bengala na fórmula então é porque trata-se de um belo Fasbeeeeeeeeender. confere?

    Rica.

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