quinta-feira, 1 de março de 2012

DOCUMENTÁRIO - PARTE 03

JOGO DE CENA
+

AS CANÇÕES DE AMOR

=

AS CANÇÕES
COMENTÁRIO: Em Jogo de Cena, Eduardo Coutinho colocou atrizes e mulheres comuns num palco, de costas para a platéia, para contar uma mesma história, criando um panorama sobre a interpretação e a falada "verdade" das pessoas comuns.
Em As Canções, ele muda um pouco este conceito. Colocando os entrevistados (desta vez não há "atores") entrando por um cortina preta e sentando-se de costas para ela, Coutinho definitivamente coloca seus personagens "em cena".
Cada entrevistado apresenta uma canção que marcou sua vida e conta a história que levou-a a criar essa relação.
Parece muito simples: pessoas comuns, sentadas numa cadeira preta, contam suas histórias.
Porém, a complexidade e profundidade que os relatos atingem é de uma emoção demolidora. As músicas escolhidas (Roberto Carlos reina), quando cantadas pelos entrevistados, acertam em cheio na memória emotiva de qualquer um, e a identificação é imediata.
Por isso, e pela incrível dramaticidade de algumas histórias, o choro vem fácil. E rapidamente alterna com um riso solto e gostoso.
Coutinho instiga pouco seus entrevistados, deixando-os à vontade para conduzir suas narrativas.
A edição, que parece simples, cria um encadeamento delicado e ao mesmo tempo violento em algumas das histórias contadas.
O filme levanta a velha discussão do "pessoas de verdade falando para uma câmera são muito mais interessantes do que atores".
Porém, qualquer pessoa age de maneira diferente pertante uma câmera ligada. Ninguém é "ele mesmo". E Coutinho consuma esse fato quando coloca cada convidado para entrar e sair de cena, sentando-se de costas para a tal cortina preta. Teatralidade inata em estado puro.
As Canções é uma coisa linda de se ver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário