quarta-feira, 18 de abril de 2012

MEGA-PRODUÇÕES - PARTE 08

O post de hoje é especial. Este filme já passou pelo blog, mas em virtude de seu relançamento está de volta, sendo comentado pelo meu colaborador habitual Vicente Concílio.
Afinal, é o filme preferido dele em todos os tempos...

SOMENTE DEUS POR TESTEMUNHA
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A PRINCESA E O PLEBEU
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O SEGREDO DO ABISMO
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PIRANHA 3D

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TITANIC 3D
COMENTÁRIO POR VICENTE CONCÍLIO:
Naquele longínquo janeiro de 1998, o primeiro multiplex abria suas portas em São Paulo. Era o Cinemark do Shopping Tatuapé, e nada parecia mais lógico do que assistir a estreia da semana por lá. Estávamos em um grupo de 6 amigos e encararíamos as três horas e 15 minutos de duração do filme-catástrofe do momento, o hoje histórico Titanic.
Ali, ninguém tinha noção da trajetória que o filme ia seguir: tornar-se a maior bilheteria de todos os tempos (até Avatar tomar esse posto) e um fenômeno cultural gigantesco. Filas quilométricas se formavam e era necessário comprar ingressos para sessões com até duas semanas de antecedência. E isso durou cerca de 4 meses. O filme nunca saía de cartaz. Famílias inteiras viam e reviam o filme, que extrapolou nichos de público e atraía homens e mulheres, jovens e idosos e, obviamente, uma horda de adolescentes euforicamente apaixonadas por Leonardo DiCaprio.
A história da criação do filme todos nós sabemos: um set gigantesco montado no México era comandado por um insano James Cameron, em um processo de pré-produção, filmagem e finalização que durou 2 anos, consumiu 200 milhões de dólares e gerou uma tensa situação na qual a indústria cinematográfica tinha certeza de que o filme ia afundar e acabar com milhares de vidas, tal qual o imenso navio, em 1912.
No fim, o sucesso foi tamanho que hoje, passados 15 anos, a reestreia em 3D ainda é uma empreitada lucrativa e mobiliza uma geração a rever a obra em um formato que amplia o realismo da tragédia e constrói uma experiência ainda mais visceral com o filme. Aliás, a qualidade da conversão faz sim valer uma ida ao cinema e rever o filme no novo formato, muito embora nos trechos finais é perceptível a dificuldade em converter a força das águas em três dimensões, quando sua concepção original não havia sido concebida para esse formato.
O roteiro simplório, pautado sobre o triângulo amoroso estabelecido entre uma jovem inglesa falida que se apaixona por um pobretão, mas que é prometida em casamento a um noivo arrogante endinheirado, funciona como pano de fundo para a trágica história do choque do maior navio do mundo com um iceberg fatal.
Mas o que pode parecer simples em termos de estrutura do roteiro, na verdade promove uma comunicação direta com a plateia, fascinada com a qualidade dos diálogos entre o casal de protagonistas, interpretado por um jovem Leonardo DiCaprio, que esbanja carisma e vitalidade impressionantes, e Kate Winslet, com a força e qualidade interpretativa que sempre foram suas marcas. Os dois carregam o navio, literalmente, nas costas. Um equívoco na escolha de qualquer um dos dois e o filme não seria nada.
Mas, felizmente, ele tem ainda o pulso e qualidades instigantes,conquistando, verdadeiramente, o lugar entre os clássico das megaproduções que só Hollywood pode promover.

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