sábado, 16 de junho de 2012

FICÇÃO - PARTE 10

ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS?
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 STARGATE
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VAGINA DENTADA
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 PROMETHEUS
 CRÍTICA: Prelúdios. Tenho medo deles. George Lucas conseguiu fazer uma trilogia prelúdio para Star Wars... e todo mundo sabe que o resultado foi, na maior parte, vexatório. Aí Ridley Scott, diretor do primeiro Alien, avisa que vai revisitar o universo deste filme com um... prelúdio.
Na trama, passada em 2093 (um ano depois do nascimento da personagem Ellen Ripley. Isso de acordo com a cronologia da saga), a nave Prometheus chega a um estranho planeta com a missão de confirmar a hipótese de que desenhos encontrados nas pinturas de diversos períodos históricos da humanidade seriam um convite para conhecer nossos criadores. Ao chegar, descobrem que a verdade é outra.
As protagonistas são uma cientista que está em busca da verdade, Elizabeth (Noomi Rapace, da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres) e uma executiva com propósitos corporativos, Meredith (a ótima Charlize Theron, de Monster).
Aí vem o primeiro grande problema do filme. A heroína do filme é Elizabeth, e ela está absolutamente desprovida de qualquer carisma. Não torcemos nem nos importamos com ela, mesmo quando a personagem passa por momentos absolutamente angustiantes. E como falamos de uma saga protagonizada pela inesquecível Sigourney Weaver, a sensação de "não me importo" fica ainda pior.
A direção de arte e os efeitos especiais estão, como esperado, impressionantes. Conseguem trazer novidades e ainda citar os filmes clássicos (a cena da tempestade lembra muito, esteticamente, a de Aliens - O Resgate). Tudo fica ainda mais bonito com o realce sutil do 3D. O design das criaturas e cenários, mais uma vez a cargo de H.R. Giger (da saga Alien original), é também impressionante e cheio de significados.
No plano filosófico, o principal embate é o clássico "ciência vs. Deus".  A ciência é representada fisicamente pelo andróide interpretado pelo ótimo Michael Fassbender (de X-Men: Primeira Classe). Afinal, não é Alien se não houver um andróide do qual possamos ter dúvidas sobre o caráter. O conflito está na própria Elizabeth, buscando respostas para seus questionamentos sobre a vida e a morte.
A maternidade, assunto recorrente e importante na saga, também está lá. Alien tratou, de diversas maneiras, de matriarcas defendendo suas crias, e desta vez a coisa é exacerbada de maneira quase exagerada. Todos os monstros que aparecem na tela tem o visual que remete a genitália masculina ou feminina. Qualquer ataque é praticamente um estupro.
Elizabeth ainda protagoniza um cena chocante onde depende dela mesma retirar um organismo alienígena do próprio corpo (praticamente um aborto). Também está lá todo o muco necessário pra lembrarmos de placenta, muita placenta. Definitivamente não é fácil ser mulher nesta saga...
Não convém falar aqui do andamento da trama e da busca das respostas que as personagens buscam para não encher o texto de spoilers.
Quanto as conexões com Alien, é tudo muito sutil. A corporação Weyland está lá, assim como desenhos suspeitos nas paredes e até a sala do Space Jockey. A origem da criatura? Também não convém explicar muito até onde o filme se aprofunda nisso. Mas não espere respostas e conexões muito definitivas... é o que acaba sendo mais frustrante.
O balanço geral é esse: Como filme de ficção, Prometheus é interessante, tenso e engenhoso (apesar de alguns diálogos serem, algumas vezes, reiterativos). Como adendo a saga Alien, é completamente desnecessário. E a maioria dos prelúdios sempre me soa assim.

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