quarta-feira, 4 de julho de 2012

AVENTURA - PARTE 37

HOMEM-ARANHA
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500 DIAS COM ELA
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ALLIGATOR
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O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA
CRÍTICA: "Mas já vão começar a história do Homem-Aranha de novo?" Provavelmente essa pergunta passou pela sua cabeça quando anunciaram este reboot. Passou pela minha, e fiquei com os dois pés atrás. Não só porque gosto muito da visão do diretor Sam Raimi na trilogia original (somente o terceiro deixou a desejar. Já Homem-Aranha 2 é uma obra-prima), mas porque tudo neste filme cheirava a simples vontade de lucrar. Uma desculpa para muitos efeitos (agora em 3D) e para arrancar dinheiro do público jovem. Felizmente, eu estava parcialmente errado.
A trama é mais ou menos a de sempre: jovem nerd (Andrew Garfield, de A Rede Social) é picado por aranha geneticamente modificada e ganha super-poderes. Após a morte do tio, ele assume a responsabilidade de proteger Nova York e enfrenta o vilão Lagarto (Rhys Ifans, de Um Lugar Chamado Nothing Hill). Tudo isso enquanto tenta descobrir a verdade sobre o abandono de seus pais e namorar a jovem Gwen Stacy (Emma Stone, de Amor À Toda Prova).
O principal ponto positivo do filme é que ele tem coração. Não é um mastodonte de efeitos especiais. O diretor Mark Webb (de 500 Dias Com Ela) se sai muito bem quando as cenas exigem emoção de suas personagens. A relação de Parker e Stacy rende ótimos momentos, com diálogos bem escritos e que nunca soam forçados. Os dois atores tem uma excelente química e sua relação é uma delícia de acompanhar. O mesmo se pode dizer da relação de Parker com o tio Ben (Martin Sheen, de Apocalipse Now) e Tia May (Sally Field, de Norma Mae). O núcleo familiar, tão importante para a construção do caráter de Peter, está muito bem representado, apesar de aparecer pouco. Rhys Ifans também tem alguns bons momentos na pele de Curt Connors/Lagarto. O lado emocional, portanto, está garantido.
O roteiro só peca pelo exagero de coincidências. A quantidade de acontecimentos e personagens que se "cruzam por acaso" é tão grande que, no clímax, beira ao inacreditável. Esse problema já havia aparecido em Homem-Aranha 3, e os roteiristas precisam aprender que nem todo mundo tem alguma conexão com a história de Peter Parker. A vida também tem acasos, afinal de contas.
E a ação? Bom, não existe muita coisa para se destacar. As lutas, coreografias e efeitos tem o padrão de qualidade que se espera desta tipo de super-produção. Mas nada de novo. O visual do Lagarto está bem interessante, embora aparentemente tenham mudado a natureza do personagem (não leio as HQs, mas me disseram que o Lagarto é uma besta selvagem, não uma criatura pensante como a retratada no filme).
Vale destacar o 3D nas cenas de "vôo" do Homem-Aranha, que em alguns momentos realmente é de tirar o fôlego.
Muito bem bolada também a sequência em que o Aranha procura o Lagarto nos esgotos da cidade. Uma solução extremamente interessante.
E Stan Lee, velho conhecido de todos os filmes da Marvel, tem aqui sua melhor participação. Uma cena hilariante.
Apesar de ainda achar o filme meio desnecessário, O Espetacular Homem-Aranha revelou-se uma aventura decente, com bons momentos de ação, boas piadas e, o mais importante, com alma.
Vale conferir.


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