segunda-feira, 2 de julho de 2012

COMÉDIA - PARTE 51

A DOCE VIDA
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UMA NOITE NA ÓPERA
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CELEBRIDADE
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UMA LINDA MULHER
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 PARA ROMA COM AMOR
 CRÍTICA: Woody Allen continua sua turnê pela Europa. A mesma já teve pontos altos (Match Point, Vicky Cristina Barcelona, Meia-Noite em Paris) e outros nem tanto (Scoop - O Grande Furo), ainda que divertidos.
Para Roma com Amor, felizmente, se enquadra na primeira categoria.
No filme, a câmera de Woody acompanha quatro histórias que se passam em Roma, falando de perda, amor, esperança, felicidade e... ópera.
Roberto Benigni (A Vida é Bela) brilha como um sujeito comum que vira celebridade do nada e passa a ser perseguido por todos os lados. É de um nonsense que remete ao "homem-fora-de-foco" de Desconstruindo Harry.
Também temos um casal do interior que se desencontra. Ele acaba tendo que fingir que uma prostituta (Penelope Cruz, de Vicky Cristina Barcelona) é sua esposa. Ela se vê perdida na cidade e envolve-se com um astro de cinema italiano. Um ótimo quipróco que rende grandes risadas.
A terceira história traz o próprio Allen conhecendo os pais romanos do noivo de sua filha. O pai do moço revela-se um exímio cantor de ópera, porém com uma inusitada pré-condição. Não vale a pena comentar (sem spoiler, tá?), mas é também uma história cheia de momentos de muito nonsense e aquelas piadas verborrágicas que somente o próprio Allen sabe como dizer.
Porém, qualquer filme que conta várias histórias corre o risco de apresentar um resultado irregular, e Para Roma Com Amor cai de leve nesta armadilha.
A trama "principal" (e digo isso porque ela toma mais tempo de tela que os outros), que fala de um jovem (Jesse Eisenberg, de A Rede Social) às voltas com uma paixão pela amiga (Ellen Page, de Juno) de sua namorada. A trama apresenta uma interessante mistura de memórias, tendo o personagem de Alec Baldwin (Simplesmente Complicado) como catalizador. Infelizmente, Page não cola como "garota irresistível e fútil", o que esvazia um pouco a trama, tornando-a arrastada. E há algo realmente errado quando uma trama que ocupa somente um quarto do filme torna-se arrastada.
Mas não fique muito preocupado. Mesmo esta trama tem bons momentos e diálogos maravilhosos.
As outras três histórias são divertidíssimas e nunca perdem o pique.
Roma está magnificamente linda e pulsa em cena, favorecida por uma trilha sonora perfeita (a música-tema é engraçada e logo cria uma relação afetiva como o espectador).
Se não é uma obra-prima como Meia-Noite em Paris, o filme ainda é uma excelente homenagem para uma das mais belas cidades do mundo. Vá de coração aberto e delicie-se.

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