domingo, 26 de agosto de 2012

COMÉDIA - PARTE 53

TROCANDO AS BOLAS
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O GRANDE DITADOR
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UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK
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O DITADOR
CRÍTICA: Sacha Baron Cohen foi domesticado por Hollywood. Após o inusitado sucesso de Borat e seu estilo "fico na personagem e engano todo mundo" e da repetição do mesmo estilo em Bruno, o comediante rendeu-se ao formato tradicional de uma comédia. Ou seja: saem as intervenções com incautos e entra... bem... um roteiro com começo, meio e fim (diferente de Borat, cuja linha narrativa se baseava apenas em encontrar a "atriz" Pamela Anderson. Desculpem as aspas em "atriz", mas você já viram a Pamela Anderson em cena?). O estilo tornou o ator famoso no mundo todo. E isso, obviamente, impede-o de enganar uma grande parte das pessoas com seus pegadinhas constrangedoras (e hilárias). Por isso, a sua incrível habilidade de caracterização de personagens é seu maior trunfo em O Ditador.
Na trama, o general almirante Alladeen (o próprio Sacha) é o ditador de um país fictício que precisa ir até os EUA discursar na ONU. Lá, sofre um golpe de seu primo (Ben Kingsley, de A Invenção de Hugo Cabret) e é substituído por um sósia estúpido (Sacha de novo). Na rua da amargura, conhece uma jovem ativista e ecologista (Anna Ferris, da série Todo Mundo em Pânico) e acaba encontrando o amor.
Claro que esta historinha é apenas uma desculpa para Sacha encher a tela com piadas politicamente incorretas, constrangedoras e nojentas (e engraçadíssimas).
Não sobra para ninguém (nem para as crocs. Qualquer filme que zombe delas tem um lugar no meu coração). A visão torpe do general garante tiradas chocantes ("Você está grávida? Que bom. Vai ter um menino ou um aborto?") que ganham enorme escopo na excelente composição de Sacha (que também está ótimo como o sósia retardado), enquanto Kingsley e Farris entram no jogo e servem como ótimos "escadas" para o comediante.
Mas não me entenda mal. Apesar de ter-se rendido ao formato "comum" de uma comédia, isso não significa que Sacha perdeu seu talento em criticar de maneira direta o american way-of-life. O discurso do general Alladeen no final do filme é um soco certeiro no estômago dos americanos e me deixou de queixo caído pela cara-de-pau do ator.
 O Ditador garante 80 minutos de ótimas risadas, mesmo que às vezes o filme pareça durar mais. Talvez agora Sacha precise aprender a trabalhar melhor seus roteiros para que certas "barrigas" na história não ocorram.
Mas não é nada grave. Repleto de piadas de cunho político, escatológico e, às vezes, ingenuamente idiota, O Ditador é um oásis no meio de tantas comédias bestas e repetitivas que vemos nos nossos cinemas


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