quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ANIMAÇÃO - PARTE 22

O SEXTO SENTIDO
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A NOITE DOS MORTOS VIVOS
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DEU A LOUCA NOS MONSTROS
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PARANORMAN
CRÍTICA: Umas das melhores coisas de uma animação é que você mergulhar em qualquer gênero. Pode ser um conto de fadas (Enrolados), uma aventura (Procurando Nemo), uma comédia (Madagascar), uma paródia dos filmes de guerra (A Fuga das Galinhas) e até um filme de ação (Os Incríveis). E o talento dos envolvidos pode render filmes inesquecíveis. Pois acaba de chegar a nova animação do mesmo estúdio que fez Coraline e o Mundo Secreto (uma fantástica e sombria aventura). E desta vez é um filme de terror! E ParaNorman é um filmaço!
Na trama, o jovem Norman sofre por ser incompreendido pela família e tachado como esquisito no colégio. O motivo? Ele pode ver e falar com os mortos. Pois o jovem acaba metido numa grande encrenca quando uma maldição traz um bando de zumbis para a cidade e somente ele pode detê-los.
A produção, filmada num belíssimo stop-motion (mesma técnica usada em Coraline e no recente Piratas Pirados), homenageia os filmes de terror B dos anos 50 com muita criatividade e grande senso de humor, valorizando os clichês e as referências visuais da época. Nem o mestre George A. Romero (criador de A Noite dos Mortos Vivos e de todos os cânones dos filmes de zumbi modernos) escapa da brincadeira.
O grupo de amigos de Norman é composto por uma ótima gama de personagens: o amigo gorducho, a irmã adolescente, o atleta meio burro, o valentão e a coleguinha nerd compõe um mosaico que lembra as "gangs" de filmes dos anos 80 como Os Gonnies e Deu a Louca nos Monstros.  O povo da cidade também está cheio de figuras bizarras como a professora de teatro e uma policial histérica. A dinâmica entre eles é divertidíssima.
Mas é no quesito terror que o filme ousa. Sombria e escura, a fotografia da produção mergulha os personagens num clima lúgubre que pode assustar crianças pequenas (Coraline já havia feito isso). Alguns sustos são genuínos, além de uma boa porção de cenas nojentas (afinal, estamos falando de zumbis, né?).
Porém, a alma do filme reside em seu protagonista. Norman é cativante desde a primeira cena e é impossível não se importar com ele. Um verdadeiro excluído e incompreendido por todos, o garoto sofre para aceitar seu destino e aceitar quem é. Por sorte ele tem um amigo como o gorducho Neil (um dos melhores coadjuvantes do ano, sem dúvida) para ajudá-lo a enfrentar o mundo ao seu redor.
Uma ode à amizade e a auto-aceitação (recheada de ação, suspense, ótimos efeitos especiais e um final surpreendentemente emocionante), ParaNorman é a melhor animação do ano até agora. E uma das melhores dos últimos tempos.

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