terça-feira, 18 de setembro de 2012

COMÉDIA - PARTE 54

MAR ADENTRO
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CONDUZINDO MISS DAISY
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INTOCÁVEIS
CRÍTICA: De vez em quando surge um filme estrangeiro (e não americano) que se torna o queridinho do momento. Aqueles filme francês, alemão, argentino, espanhol ou mexicano que todo mundo precisa ver. Isso é bom, pois desta maneira temos acesso a filmes que normalmente só veríamos na locadora. A bola da vez é o francês Intocáveis.
A trama (baseada numa história real) parte das memórias de rico empresário paraplégico Phillipe (Francois Cluzett) e um imigrante senegalês contratado para ser seu auxiliar, Driss (Omar Sy).
Esse choque de universos resulta numa amizade honesta e profunda, servindo para que ambos lidem com certos fantasmas de seus passados e cotidianos.
E o que poderia resultar num dramalhão digno do Super-Cine torna-se um relato comovente, sincero e muito engraçado desta relação.
A maneira como Driss lida com a paraplegia de Phillipe vai até as raias do politicamente incorreto (a cena do chá é uma pérola) e pode chocar pessoas mais sensíveis (o que é uma pena, pois acho essa atitude meio hipócrita). Inclusive o filme foi acusado, em alguns países, de preconceituoso. Eu acho que essa gente mal-humorada deveria procurar um terreno pra carpir...
O tristonho Phillipe ganha um novo sopro de vida graças ao auxiliar, que lhe apresenta alguns prazeres mundanos, enquanto Driss ganha um guia para colocar sua complicada vida de volta nos eixos.
O excelente trabalho da dupla é a alma do filme, rodeada por um série de ótimos coadjuvantes. Sem dúvida um dos melhores elencos do ano e que brilha na tela.
Intocáveis é um filme bonito, com ótimas interpretações e que, felizmente, não tenta ser "uma lição de vida". O importante é a amizade entre os dois, sem didatismo e falsos moralismos.
Porém, confesso que não achei o filme tão maravilhoso quanto a mídia vem pintando. Tornou-se recentemente a maior bilheteria da história do cinema francês, ultrapassando o superior (na minha opinião) O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Mas eu não estou reclamando. Afinal, o recorde foi quebrado por um filme de muitas qualidades. E isso está bom demais.

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