quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ANIMAÇÃO - PARTE 23

FRANKENSTEIN
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EDWARD MÃOS DE TESOURA
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CEMITÉRIO MALDITO
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O ESTRANHO MUNDO DE JACK
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FRANKENWEENIE
 CRÍTICA: Uma animação preto-e-branco sobre reanimação de cadáveres. Se tem uma pessoa ao qual podemos associar essa premissa, essa pessoa é Tim Burton (diretor de Edward Mãos de Tesoura e Alice no País das Maravilhas). No começo de sua carreira,quando trabalhava para a Disney, Burton dirigiu um curta-metragem em live-action que contava como um garoto dava uma de Frankenstein e ressuscitava seu cachorrinho morto, causando grande confusão na vizinhança. Agora, muito tempo depois, resolveu revisitar a história, agora na forma de uma animação em stop-motion. Desde que deu ao mundo o magnífico O Estranho Mundo de Jack, Burton se tornou um dos responsáveis pela sobrevivência desta técnica, sempre aliado a histórias de temática mórbida, como A Noiva Cadáver.
Frankenweenie é um projeto muito pessoal para Burton, assim como Edward Mãos de Tesoura.
Ambos os filmes se baseiam na história do monstro de Frankenstein (aqui a coisa é escrachada. Victor se chama Victor Frankenstein).
A animação apresenta um subúrbio muito similar ao visto em Edward. Quando a rua principal aparece com o moinho ao fundo, o enquadramento é praticamente o mesmo.
E o jovem Victor é uma garoto curioso e solitário, como Burton foi um dia. Seus pais tem medo de que ele seja "esquisito". Porém, quando vemos os colegas de escola do garoto, percebemos que ele é o mais "normal" ali. A visão de mundo de Burton fica muito clara quando percebemos isso: a esquisitice é coletiva. O que assusta as pessoas é a curiosidade. Como diz o professor de ciências (visualmente inspirado em Vincent Price): "As pessoas gostam daquilo que a ciência traz para a vida delas, mas tem medo das perguntas que ela faz."
O filme está lotado de referência a filmes clássicos de monstros que vão desde a fotografia expressionista, clichês do gênero (multidão com tochas! Adoro uma multidão com tochas!) até a utilização de um filme real de Drácula com Cristopher Lee.
Alguns dos personagens são um triunfo da bizarrice, como o jovem Edgar e a "Garota Esquisita" com seu gato. Aliás, vale comentar a animação dos pêlos do felino, que se mexem o tempo todo e remetem aos primórdios do stop-motion no King Kong de 1933.
Inventivo, o roteiro traz uma ótima maneira de esticar a trama para seus 87 minutos sem parecer forçado e surpreendendo com uma reviravolta no terceiro ato. A coisa fica muito estranha MESMO.
Porém, em meio a uma excelente técnica, visual belíssimo e um roteiro criativo e engraçado, é o apelo emocional do filme que fica a frente.
Além da nostalgia que Frankenweenie evoca, a amizade de Victor com seu cãozinho Sparky rende momentos de extrema ternura e podem levar às lágrimas... Bom, só sei que me levaram. E olha que não me considero uma "dog-person".
Infelizmente o filme não vai bem de bilheteria. Como eu disse acima, é uma animação preto-e-branco sobre reanimação de cadáveres. É uma pena. Pois quem topar a brincadeira vai encontrar uma verdadeira preciosidade da animação.


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