terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

COMÉDIA - PARTE 58

TERRA DOS MORTOS
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CREPÚSCULO
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TODO MUNDO QUASE MORTO
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MEU NAMORADO É UM ZUMBI
CRÍTICA: Os zumbis evoluíram. Desde que receberem sua caracterização mais conhecida pelas mãos de George A. Romero em A Noite dos Mortos-Vivos, eles passaram a correr (Extermínio) e até pensar de maneira organizada (em Terra dos Mortos, do próprio Romero). Também atingiram o auge de sua popularidade na série The Walking Dead, consolidando-se como fenômeno pop. Meu Namorado É um Zumbi propõe um passo além nessa evolução: agora os mortos-vivos podem amar.
Na trama, o zumbi R (Nicholas Hoult, o Fera de X-Men: Primeira Classe) passa seu dias caminhando, contemplativo, por entre outros zumbis. Até que conhece a jovem humana Julie (Teresa Palmer, de Eu Sou o Número Quatro, uma versão loira de Kristen Stewart) e se descobre capaz de se apaixonar. A relação entre os dois vai causar grandes mudanças em todos os zumbis existentes e no que restou da raça humana.
O roteiro, baseado no livro de Issac Marion, pode a primeira vista parecer uma tentativa de emular o sucesso da saga Crepúsculo. Não li o livro, mas o filme aponta, felizmente, para outra direção: o humor.
Longe de almejar o caráter épico da jornada de Bella e Edward, este filme ganha pontos pela despretensão e pelo ridículo que ele entende perfeitamente possuir.
Seja na irônica narração do zumbi R, no exagerado militarismo representado pelo pai de Julie (John Malkovich, de Quero Ser John Malkovich), nas citações a Romeu e Julieta ou nas hilárias intervenções da amiga Nora (Aneleigh Tipton, de Amor a Toda Prova), o filme entende o quanto é absurdo.
Ponto para o diretor Jonathan Levine (50%), que consegue transformar situações que podem irritar profundamente os "puristas" (zumbis que falam, beijam, ouvem discos de vinil e guardam comida para mais tarde) em uma engraçada brincadeira
Claro que nada disso é novidade. O ótimo Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead) já parodiou o universo dos zumbis e suas relações com a mediocridade da rotina humana de maneira mais inventiva e original.
Ao final, porém, a sensação de ter presenciado uma zoação assumida torna a experiência divertida.
Para os jovens, a moral de inclusão, aceitação das diferenças e o jargão "só o amor constrói" podem servir para alguma coisa. Os zumbis, quem diriam, agora podem servir como contos morais para criancinhas. A evolução continua...



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