segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

DRAMA - PARTE 34

AEROPORTO
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FARRAPO HUMANO
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O VOO
CRÍTICA: Após passar uma década trabalhando em animações de motion-capture como A Lenda de Beowulf e Os Fantasmas de Scrooge, o diretor Robert Zemeckis (Forrest Gump, De Volta para o Futuro, Náugrago) está de volta aos filmes de live-action. Este O Voo marca seu retorno.
Na trama, o comandante Whip Whitaker (Denzel Washington, de Dia de Treinamento) realiza uma aterrissagem inacreditável durante um acidente aéreo. Porém, a investigação posterior revela que ele estava bêbado e drogado durante o voo, colocando sua carreira em risco. Enquanto isso, ele se envolve com Nicole (Kelly Reilly, de Sherlock Holmes), uma víciada em heroína que também está prestes a perder tudo.
É curioso notar que O Voo retoma a mesma temática redentora de Naúfrago, último filme live-action de Zemeckis. Porém, infelizmente, a jornada de Whip é bem menos interessante que as aventuras de Tom Hanks e sua bola de volêi Wilson.
O filme começa de maneira espetacular, apresentando um acidente aéreo impressionante e fazendo o espectador roer as unhas. Zemeckis ainda domina os efeitos especiais como ninguém, manipulando-os para levar a tensão até o limite.
Após a aterrissagem, porém, a coisa vai aos poucos desandando. Embora seja interessante quando se foca na investigação do acidente, com ótimas cenas envolvendo Don Cheadle (Hotel Ruanda) e Brian Geraghty (Guerra ao Terror) o filme perde ritmo quando volta para o alcoolismo e as paranóias do protagonista. Temos várias sequências mostrando o personagem"bebendo-se arrependendo-parando-voltando a beber", e mesmo o paralelo estabelecido com a personagem Nicole não chega a empolgar.
Somente no último ato o filme recupera o fôlego, quando traz de volta o ótimo personagem interpretado pelo espetacular John Goodman (Argo) e apresenta o julgamento de Whip.
Chegando muito perto de se tornar moralista, a conclusão do filme é satisfatória e ainda conta com uma bela participação de Melissa Leo (do ótimo e pouco visto Rio Congelado).
Nesse meio tempo, porém, o interesse já se esvaiu. E de quem é a culpa, se o protagonista está ótimo e a história é muito interessante? Na minha opinião, a culpa é da duração do filme (o que envolve seu roteiro, óbvio).
Já falei isso antes aqui no blog, mas por que todo filme hoje em dia precisa durar duas horas e meia? Saudade do tempo em que roteiros eram mais concisos e a duração de três horas era reservada somente aos grandes épicos, e não a algum episódio de Piratas do Caribe.



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