domingo, 23 de junho de 2013

COMÉDIA - PARTE 61

HAIRSPRAY - EM BUSCA DA FAMA
+

MÃE É MÃE
=

MINHA MÃE É UMA PEÇA
CRÍTICA: O ator Paulo Gustavo atingiu grande sucesso no teatro, tv e internet com a personagem Dona Hermínia (inspirada em sua própria mãe), estrela do espetáculo Minha Mãe é uma Peça. Como acontece com frequência, era apenas questão de tempo até a personagem invadir as telonas do cinema.
Minha Mãe é uma Peça - O Filme acompanha o cotidiano de Dona Hermínia com seus dois filhos, o ex-marido e os vizinhos do prédio. Quando escuta por acaso os filhos dizendo que acham a mãe uma chata e preferiam viver com o pai e a nova madrasta, Hermínia magoa-se e refugia-se na casa da tia. Enquanto ela relembra sua vida, os filhos passarão grandes apertos sem a mãezona para cuidar deles.
E é esse fiapinho de roteiro que sustenta os 80 minutos da história. O filme então assume uma estrutura de esquetes (conhecemos os filhos, o marido, os vizinhos...) e volta e meia voltamos para a trama principal. Porém, como o  grande barato é assistir Gustavo dominar a tela com sua personagem nervosa, politicamente incorreta e engraçadíssima, isso não chega a ser um defeito grave.
Os jovens Rodrigo Pandolfo e Mariana Xavier tem até um bom destaque como os filhos Juliano e Marcelina (esta última é vivida nos flashbacks pela adorável Anna Karolina Lannes, a Ágata de Avenida Brasil), mas a maioria dos coadjuvantes como Ingrid Guimarães, Samantha Schmutz e Herson Capri não fazem nada além de servir de escada para Gustavo. Destaque também para a ótima Suely Franco, deliciosa como a tia Zélia.
O roteiro é meio torto em seus propósitos (só a falta de comida faz os filhos sentirem falta da mãe?) e as piadas se apoiam basicamente na intolerância de Hermínia (ela não admite que o filho é gay, fugindo sempre do assunto quando ele quer conversar). Mas não é que funciona?
Gustavo domina a cena de tal maneira que a risada surge naturalmente, perdendo um pouco de força apenas no alongado epílogo.
E ainda presta uma bela homenagem para todas as mães. Um momento do filme, surpreendentemente, me arrancou algumas lágrimas. Talvez porque eu sempre chore quando veja mães tristes (toda vez que Dona Nenê fica chateada em A Grande Família eu choro um pouco), mesmo que essa mãe seja um homem vestido de mulher.
E ao final, a verdadeira Hermínia aparece para termos certeza de que Paulo Gustavo não inventou nada. Minha Mãe é uma Peça não é a melhor comédia do ano (longe disso), mas vale uma espiada nem que seja para ver um ator no domínio perfeito de seu personagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário