sábado, 8 de junho de 2013

DRAMA - PARTE 38

ROMEU + JULIETA
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O GRANDE GATSBY
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MOULIN ROUGE
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O GRANDE GATSBY
CRÍTICA: Bazz Luhrmann é provavelmente um dos diretores com a "marca estética" mais conhecida da atualidade. Romeu + Julieta e Moulin Rouge consagraram seu estilo cheio de barroquismos, paixões exacerbadas, edição acelerada e elaborada trilha sonora. O fracasso do mastodôntico (e tedioso) Austrália, porém, colocou em cheque o talento do diretor. E ele pareceu ter achado no livro O Grande Gatsby (de F. Scott Fitzgerald, autor do conto adaptado no filme O Curioso Caso de Benjamin Button) a matéria-prima ideal para colocar as coisas de novo no caminho certo.
A trama, passada em 1922, acompanha Nick Carraway (Tobey Maguire, de Homem Aranha), jovem que chega à Nova York cheio de sonhos e acaba tragado pelo mundo de festas, exageros e riqueza de seu vizinho de porta, o milionário J. Gatsby (Leonardo DiCaprio, de Foi Apenas Um Sonho). Gatsby é apaixonado pela prima de Nick, Daisy (Carey Mulligan, de Educação), e fará qualquer coisa para ter o seu amor.
A história parece feita sob medida para o estilo de Bazz Luhrmann, que se esbalda em sua característica sobreposição de referências estéticas. Quando precisa retratar as festas espalhafatosamente fantásticas promovidas por Gatsby, o diretor constrói momentos de visual antológico. O 3D, neste caso, cria uma sensação perfeita de imersão, fazendo com que o confete pareça voar em nossa direção. O figurino e a direção de arte também são muito bem explorados, tornando o filme absolutamente lindo e encantador de se acompanhar.
O filme até referencia a produção do próprio diretor, usando ideias como "o escritor que escreve a história" (de Moulin Rouge), com as palavras literalmente invadindo a tela na forma de grafismos.
O maior mérito da produção é, sem dúvida, seu elenco afinado. Nunca a cara de pastel de Maguire esteve tão perfeita, assim como a expressão apaixonada e sofrida de Mulligan. Os coadjuvantes Isla Fisher (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom), Jason Clarke (A Hora Mais Escura),  a novata Elizabeth Debicki e Joel Edgerton (também de A Hora Mais Escura) tornam seus personagens sempre interessantes, mesmo que alguns tenham tão pouco tempo em cena.
Já DiCaprio nunca esteve tão bem, e seu Gatsby é carismático, excêntrico, perturbado, triste e apaixonado. Um belo trabalho de um ator que se torna melhor a cada filme.
Destaque também para a ótima trilha sonora, que oferece curiosidades como a versão de Beyoncé para a Back To Black de Amy Winehouse.
Mesmo com tanta coisa a seu favor, Luhrmann acaba pesando a mão no ritmo em alguns momentos, tornando o filme  muito longo (142 minutos). O epílogo é o principal exemplo disso, perdendo um pouco de força com a demora de sua conclusão.
Mesmo sem ser perfeito, o filme é envolvente, divertido, emocionante e surpreendente (pelo menos para para quem, como eu, não leu o livro). E é também a coisa mais linda que apareceu nos cinemas em 2013, merecendo ser conferido na telona.

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